Evangelho do Dia (Mc 8, 22-26)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos.
Glória a vós, Senhor.
“Eles chegaram a Betsaida. Trouxeram-lhe um cego e pediram que o tocasse. Pegando o cego pela mão, ele o levou para fora da aldeia. Ele cuspiu em seus olhos, colocou as mãos sobre ele e perguntou:
‘Você vê alguma coisa?’ Levantando os olhos, o homem disse: ‘Eu vejo pessoas como se fossem árvores andando.’ Jesus colocou as mãos sobre seus olhos novamente. Ele começou a ver perfeitamente. Ele foi curado. E ele foi capaz de ver tudo claramente. Jesus o dispensou e disse-lhe: ‘Não entre na aldeia.'”
Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor.
🕊️ Reflexão:
Neste Evangelho, vemos Jesus chegando a Betsaida, onde lhe trazem um cego e pedem que o toque. A forma como Jesus realiza a cura é cheia de significado. Primeiro, ele pega o cego pela mão e o leva para fora da aldeia.
Este detalhe nos mostra que, muitas vezes, para experimentarmos a verdadeira cura, precisamos sair do ambiente que nos mantém na cegueira espiritual.
O encontro com Cristo exige afastamento daquilo que nos limita e obscurece a visão da fé.
Jesus, então, usa saliva e impõe as mãos sobre os olhos do homem. Este gesto pode parecer estranho, mas a saliva era vista na cultura judaica como algo que trazia vida e restauração.
Assim, Jesus nos ensina que a cura divina pode vir de maneiras inesperadas, e cabe a nós confiarmos no processo.
Após o primeiro toque, o homem começa a enxergar, mas ainda de forma embaçada. Ele vê pessoas como árvores andando. Essa imagem nos remete à nossa própria jornada espiritual: muitas vezes, recebemos um primeiro toque de Deus e começamos a enxergar, mas ainda não com total clareza.
O Evangelho nos mostra que a cura completa ocorre em etapas. O cego só passa a ver perfeitamente depois que Jesus impõe as mãos sobre seus olhos novamente. Isso nos ensina que a caminhada da fé é progressiva.
Precisamos do segundo toque de Deus para enxergar com nitidez e discernir com sabedoria.
Quantas vezes nos contentamos com uma visão parcial das coisas, com uma fé superficial, sem permitir que Deus finalize sua obra em nós?
O convite de Jesus hoje é para que reconheçamos nossa necessidade de cura. Assim como aquele cego, podemos estar vivendo uma cegueira espiritual, sem perceber a plenitude da presença de Deus em nossa vida. Talvez vejamos a realidade de forma distorcida, dominados pelo medo, pela dúvida ou pelo orgulho.
Mas Jesus está pronto para nos tocar novamente, para abrir nossos olhos e nos fazer ver com clareza.
Diante dessa Palavra, façamos um exame de consciência: Quais são as áreas da minha vida que ainda estão embaçadas? Onde preciso do segundo toque de Jesus? Peçamos ao Senhor que cure nossa visão espiritual, que nos ajude a enxergar com os olhos da fé e do amor.
Que possamos ver a nós mesmos e ao próximo como Deus nos vê, sem julgamentos, sem preconceitos, mas com misericórdia e compaixão.
Que este Evangelho nos leve a uma oração sincera: Senhor, toca nos meus olhos, nos olhos da minha alma e da minha existência. Remove as sombras, o medo e a incredulidade.
Dá-me a graça de enxergar com clareza e viver segundo a tua vontade. Amém.
Oração
“Senhor Jesus, eu sou como esse cego que precisa ser curado. Quantas vezes vejo de forma distorcida, dominado pelo medo, pela dúvida e pelo orgulho! Hoje te peço: toca nos meus olhos, na minha alma e no meu coração. Cura a minha visão espiritual para que eu possa enxergar com clareza a tua vontade. Remove as sombras da incredulidade, do julgamento e da falta de amor. Que eu veja a mim mesmo e aos outros como Tu nos vês, com misericórdia e compaixão. Amém.”
Desafio do Dia
Faça uma pausa em seu dia para refletir: Quais são as áreas da minha vida em que ainda não enxergo com clareza? Anote em um papel e peça a Jesus que toque sua visão para que você possa ver com os olhos da fé.
Se possível, leia novamente este Evangelho e permita que a Palavra de Deus ilumine sua jornada.